por Regina N. Consoline
Plutão tem um ciclo completo de 245 anos, passando de 12 a 32 anos por signo. Considerando este tempo os aspectos mais importantes conseguidos são: o sêxtil, a quadratura e o trígono com ele mesmo.
Em trânsito nunca poderá perfazer as 12 casas, transitando de 3 a 5 casas em média, de acordo com os signos em questão, se são de curta ou longa .
As casas tocadas pelo trânsito de Plutão em nosso mapa simbolizam as áreas de nossa vida que precisam de maiores reformulações, os assuntos mais complexos, onde talvez o padrão emocional seja mais resistente.
Os aspectos mais importantes que Plutão faz são com os luminares – Sol e Lua, e com planetas pessoais – Mercúrio, Vênus e Marte.
Como cada aspecto tem uma duração média de 3 anos, podemos pensar que as mudanças propostas por Plutão à nossa estrutura de personalidade representada por esses planetas, tem uma dimensão muito profunda e um certo grau de dificuldade para serem conscientizadas e elaboradas.
Plutão nos ensina a mergulhar em nossas emoções, confrontando, perguntando, pesquisando e analisando, até encontrar o lado mais saudável e espontâneo da nossa personalidade. Mas para que isso ocorra, teremos primeiro que entender a fonte dos nossos bloqueios, as raízes de nossas repressões, a defesa do nosso controle, para posteriormente mudá-las. Que medos foram instalados? Quais sombras lançamos sobre nossas características pessoais? Quanto de nós, foi distorcido e alterado em sua essência?
É importante que façamos esse levantamento interno para saber o que estamos buscando, o que é necessário deixar que se vá e o que é importante atualizar.
Os mecanismos de Plutão
Plutão é símbolo do inconsciente profundo.
O inconsciente não é somente o depósito de nossos complexos emocionais mais difíceis, mas o lugar onde vários tesouros de nossa personalidade estão escondidos. É necessário que estejamos atentos para identificar nossas qualidades reprimidas afim de trabalhá-las e integrá-las, já que ninguém pode utilizar o que ignora ter.
Todos nós temos determinados impulsos que sentimos não serem adequados socialmente. Tememos expressá-los, e por conta deles perdermos o amor das pessoas que nos são próximas, principalmente na infância. Então nos tornamos ansiosos em relação ao controle desses impulsos e aprendemos a criar defesas contra eles.
O ego de modo geral se forma para incluir impulsos e qualidades que o ambiente aprova e para excluir aqueles que o ambiente desaprova.
Quando banimos características consideradas impróprias num determinado momento ou ambiente, muitas vezes estamos tirando de nossas vidas um grande potencial criativo, diferenciador e altamente produtivo. Por conta disso, tentamos negar aquilo que não convém, desenvolvendo um falso eu, porém seguro.
Os trânsitos de Plutão, em geral trazem à tona o que realmente somos, o material de que somos feitos, dando –nos a oportunidade de integrarmos potenciais que haviam sido negados.
Esta integração só poderá acontecer mediante uma catarse, seguida de uma atualização das nossas experiências e conseqüente aproveitamento de nossas capacidades.
A função de Plutão
Plutão está ligado ao processo de eliminação do que não é útil, pois é símbolo da limpeza profunda dos conteúdos psíquicos, levando à transformação e renovação do ser, na área em que é tocado.
A resistência a este processo cria como defesa a fixação das idéias, a repetição de comportamentos, a obsessão e ações destrutivas.
A proposta de Plutão é buscarmos nossos tesouros internos, tudo aquilo de bom na nossa personalidade que julgamos um dia não ser útil ou não ser aceito.
Para que haja esse resgate temos de passar por algumas etapas de transformação que o trânsito se incumbe em oferecer:
1ª.) A primeira etapa do trânsito é quando temos medo de nós mesmos, das situações externas ou internas que podemos experienciar, do sofrimento, da destruição , do desgaste e esgotamento que os assuntos de determinada área da vida vão sofrer.
2ª.) depois vem a sensação de perda de controle – não dominamos mais as situações de antes, não temos as mesmas referências de nós ou daquilo que fazíamos ( nos sentimos perdidos), muitas vezes isso nos leva ao desânimo e cansaço.
3ª.) Com o passar do tempo começamos ter a visão de várias possibilidades, temos acesso a algum tipo de saída. Esse é o início de estruturação e do processo de libertação.
No final do trânsito ou algumas vezes quando acaba o aspecto, sentimos um grande bem-estar, alegria por viver de forma mais plena e percebemos a integração das qualidades simbolizadas pelo planeta que Plutão tocou e dos assuntos da casa onde ele esteve.
Regina N. Consoline
Graduação em Psicologia (Universidade São Marcos/SP). Especialização em Mitologia, Simbolismo Arquetípico e Psicologia Analítica (SBPA – Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica). Interpretação de Contos de Fadas – Visão Junguiana (Instituto Sedes Sapientiae). Psicopatologia e Psicofarmacologia (Sedes Sapientiae). Estudos na área de Astrologia – Regulus Cursos e Ass. Astrológica, Escola GEA.
Diretora e proprietária da Escola Trígono de Astrologia (1989 a 1996)
Professora de Astrologia e Psicologia na Regulus ( desde 1996)