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Eclipses de Vênus

por Elizabeth Nakata

Quando falamos de Vênus, imediatamente surge a ideia de perfeição, beleza, equilíbrio das formas. Ao examinarmos a órbita desse planeta ao redor do Sol, verificamos que ela forma um círculo quase perfeito, diferentemente dos demais planetas, que apresentam órbitas elípticas mais excêntricas. Mais adiante veremos outras relações de perfeição e equilíbrio, nos demais padrões formados pelo caminhar de Vênus no universo.

Os eclipses venusianos também seguem uma simetria curiosa. A cada 243 anos ocorrem cinco, completando um ciclo que se repetirá de forma idêntica. O ciclo obedece o seguinte padrão: 105,5 anos após o primeiro ocorre o segundo, depois de 8 anos o terceiro, passados 121,5 anos o quarto e, 8 anos após, o quinto e último.

A seqüência atual é:
1º      04/06/1769
2º      09/12/1874
3º      06/12/1882
4º      08/06/2004
5º      06/06/2012

Procurando por um padrão no eixo dos signos de Gêmeos e Sagitário, onde ocorrem os eclipses, encontramos alguns eventos marcantes, próximos às datas, que tem correlação com as qualidades desses signos. Notamos também o nascimento de personagens de importância histórica nos períodos de tempo considerados.

Em junho de 1769, o engenheiro francês Nicolas-Joseph Cugnot inventou a primeira carruagem a vapor e, a partir dela, surgiria o automóvel. Automóveis e locomoção são assuntos relacionados a Gêmeos. Um governante que se destacaria no futuro nasceu nesse ano, em agosto de 1769: Napoleão Bonaparte, hábil general que tornou-se imperador da França.

No ano de 1874, a humanidade testemunhou o surgimento de uma nova invenção: o telefone. Sua criação iniciou-se com Antonio Meucci, italiano de Florença, que desde criança realizava experimentos científicos. Tornou-se médico e, enquanto cuidava da dor de cabeça de um paciente com um fio de cobre colocado na boca do doente, descobriu acidentalmente que o som emitido pelo paciente se propagava. Viu ali a oportunidade de inventar algo que revolucionaria as comunicações. Era o ano de 1849, e ele se mudou para os Estados Unidos, onde achava ser possível desenvolver seu invento, batizado de teletrófono. Fabricou cerca de 30 protótipos do telefone mas, sem dinheiro, não conseguiu registrar a patente. Em 1874, bateu na porta da Western Union Telegraph e entregou seus projetos, com a promessa de que estudariam seu caso. Os papéis “desaparecem” nos arquivos e, dois anos depois, Graham Bell registra a patente. Mais um evento relacionado a Gêmeos e as comunicações. Em novembro de 1874 também nasceu Winston Churchill, futuro primeiro-ministro britânico responsável por liderar os esforços de seu país durante a Segunda Guerra Mundial.

Em 1882, Thomas Alva Edison construiu a primeira usina hidrelétrica. No ano seguinte, também patenteou a válvula elétrica, precursora da válvula de rádio; mais um evento na área das comunicações. Em janeiro de 1882, nasceu Franklin Delano Roosevelt, que se tornaria presidente dos Estados Unidos e, ao lado de Churchill e Stálin, lideraria os Aliados contra o Eixo na Segunda Guerra Mundial.

O ano de 2004 não viu surgir nenhum grande invento, mas tivemos um evento tristemente marcante, o tsunami asiático, que comoveu a população do mundo. A onda, de proporções gigantescas, originou-se de uma ruptura na placa oceânica. Observa-se, aqui, a expressão de características típicas de Gêmeos e Sagitário, porém não sob a ótica de uma revolução tecnológica. Comecemos por Gêmeos, que tem como qualidade principal a comunicação. A catástrofe natural serviu para mostrar o enorme potencial dos meios de comunicação terrestres: imediatamente após a tragédia, televisão, jornais e internet já estavam saturados de manchetes, imagens e vídeos que traziam, em primeira mão, a dimensão do desastre. No que tange a Sagitário, temos a expressão da expansão tanto literal como metafórica. O tsunami, deslocamento de enorme massa de água, progressivamente se expande a partir de seu epicentro, agregando mais água e multiplicando sua força. Contudo, a expansão mais significativa se deu no campo da consciência global: o acontecimento foi o gatilho para a expansão mundial do pensamento humanitário, mobilizado na ajuda às vítimas, bem como da consciência ecológica, impulsionada pela ideia do tsunami como resposta ou reação do planeta à depredação natural antrópica e pela conseqüente conscientização da pequenez humana frente às forças naturais. A expansão destas duas correntes de pensamento também expressa a qualidade ética de Sagitário. Quanto ao nascimento de alguém de relevância política ou histórica, em 2004, somente o tempo dirá.

O eclipse do próximo ano (2012) foi apontado pelos Maias como sendo a última morte de Vênus. No Calendário Maia das Contas Longas, esse é um dos eventos capitalizados para disseminar a ideia de que o fim do mundo ocorrerá em 2012.

O ano sinódico venusiano produz uma bela e significativa representação gráfica, o pentagrama. A cada 8 anos o planeta nasce 5 vezes, a intervalos de 584 dias, no mesmo lugar do céu, porém 7 signos à frente. Na quinta e última vez renasce no mesmo ponto físico e quase no mesmo grau zodiacal onde nasceu 8 anos antes. Unindo esses pontos, surge a figura de um pentagrama.

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Além de ser uma figura geométrica bastante significativa por representar o desenho do homem arquetípico perfeito, o pentagrama também usa o segmento áureo (derivado do número 5) para ser desenhado. Para os Maias esse último eclipse de Vênus em 2012 sinalizava o final da quinta idade solar, ou seja, o fim de um ciclo e não necessariamente o fim do mundo.

O movimento aparente do Sol no céu também forma uma imagem interessante, o símbolo do infinito, que é desenhado no céu durante o período de um ano. É feita uma marcação de sua posição, diária e sucessivamente, à mesma hora e tendo como ponto de observação o mesmo local. À figura que se forma, semelhante a um oito inclinado, dá-se o nome de analema solar.

 

Quando um planeta está tão próximo do Sol, a uma distância de até 17 minutos de arco solar, dizemos que ele está “cazimi”. O termo significa “no coração do Sol”. Nessa posição, astrologicamente falando, sabemos que o planeta está imantado do brilho solar, funcionando em seu melhor e numa proporção maior. O planeta se encontra em posição privilegiada. Quando Vênus se encontra assim, tem suas funções potencializadas. Conhecida como a pequena benéfica, planeta benfeitor, rege os signos de Touro e Libra. Touro está associado com prazer, conforto, produção otimizada e aquisição de bens. Libra está associada com estética, bom gosto, diplomacia, compartilhar e olhar atento às necessidades do outro.

Da mesma maneira, os outros planetas e luminares regem outros signos com suas respectivas qualidades. O Sol rege o signo de Leão, e está associado a brilho, ensino, produção personalizada, generosidade protetora, fazer com prazer e paixão. As qualidades do signo de Gêmeos são a comunicação, busca pela informação, curiosidade, locomoção e rapidez. Sagitário tem as qualidades de conhecimento especializado, ética, política, leis, religião, expansão, transmissão de informações para muitas pessoas e para locais longínquos. Todas as qualidades citadas são apenas algumas de cada signo, as que refletem e explicam melhor esses eclipses e os eventos por eles desencadeados.

Logo, é possível observar que as conjunções de Vênus com o Sol, nos signos de Gêmeos e Sagitário, podem apontar para criações humanas originais (invenções) que facilitam a vida da humanidade, trazendo conforto, conforme as qualidades venusianas. Isto, entretanto, não é regra, como é evidente no caso do tsunami de 2004, onde as qualidades geminianas e sagitarianas se expressaram de maneira particular. Vênus também se manifestou, neste contexto, através da solidariedade para com o próximo. Há, contudo, um denominador comum a todos os eclipses de Vênus, constante e imutável: a ocorrência de eventos de importância mundial, responsáveis por mudanças significativas a nível global.

O universo fala através de símbolos e tanto o pentagrama quanto o infinito continuam a nos enviar mensagens a cada dia e a cada ciclo completado. No dia 6 de junho de 2012 esses símbolos estarão interligados, através do eclipse Vênus-Sol. Certamente a mensagem cifrada não representa o fim do mundo (pelo menos não o fim do mundo físico), mas um encerramento, uma morte simbólica. Não um apocalipse, mas antes um processo de renovação, o questionamento de valores e noções antigas para abrir novas perspectivas à civilização. Que a consciência solar, unida a estética venusiana, se reflitam de maneira positiva na construção de novos paradigmas.

 

Elizabeth Nakata

Astróloga e jornalista. Professora da Escola Regulus, consultora e palestrante. Licenciada junto à AstroBrasil e membro da CNA • Central Nacional de Astrologia. Atua em Astrologia Pessoal, Infantil, Vocacional, Sinastria, Previsões, Empresarial e Eletiva e também com Mesa Radiônica. Escreve para diversos sites e revistas.
www.elizabethnakata.com

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